Sites fazem mapeamento da homofobia no país

Este post foi originalmente publicado na GERALDOPOSTMAGAZINE 3 em Maio, disponibilizada na plataforma ISSUU, nele constam informações estatísticas.
Se o site Homofobia Mata relata casos assassinatos no Brasil, outros dois sites fazem o mapeamento da LGBTfobia: são casos de agressão física, verbal e mortes, se tornando uma importante e poderosa ferramenta contra homofobia no país: os sites Tem Local? e o Por onde a homofobia se esconde no país, especial do portal HuffPost Brasil em parceria com o Curso Abril de Jornalismo, em fevereiro.

O Tem Local? foi criado em 2014 e contabiliza 147 relatos, em todo o Brasil. O denunciante não precisa necessariamente ser a vítima, ou seja, qualquer pessoa que tenha presenciado um ato de discriminação contra a população LGBT pode cadastrar a denúncia.

Desenvolvida por três rapazes, dois deles sofreram na pele a discriminação, o Tem Local?, foi idealizado para permitir o acesso por todos os sistemas operacionais, em computadores convencionais (PC ou Notebook), ou por aparelhos móveis (Tabletes e Smartphones). "Temos planos de ainda esse ano, lançarmos um aplicativo nativo para as principais plataformas", contou por e-mail um dos fundadores da plataforma o programador Marcus Lemos.

O registro mostra pontualmente o endereço exato da violência – seja ela física ou verbal - mostra a idade, orientação sexual, gênero, data e horário aproximado do ato discriminatório. Os criadores, Antonio Klavo, Thiago Bassi e o próprio Marcus Lemos são convidados, desde a sua criação, para dar palestras em todo o país.

São eventos importantes ao público LGBT. Como o Desfazendo o Genêro, em Salvador, na Bahia. “Mas infelizmente, por limitações geográficas e financeiras participamos mais de eventos no Rio de Janeiro”, contou Lemos.

Na cidade do Rio de Janeiro e no Estado de São Paulo, leis punem estabelecimentos comerciais ou repartições públicas que pratiquem a homofobia, as leis asseguram a dignidade aos homossexuais e o estabelecimento que praticar o ato LGBTfóbico pode ser multado e até perder o alvará de funcionamento.

O mapeamento do site Huffpost Brasil - Como a LGBTfobia se esconde no Brasil, tem o mesmo estilo colaborativo que o Tem Local?, porém a vítima registra seu caso em um formulário do Google e depois inserido pela equipe do site, as informações sobre os casos são menos detalhistas, mas é possível fazer um filtro sobre o tipo de agressão: Homofobia, Lesbofobia, Transfobia e Bifobia, GERALDOPOST.COM (que edita LGBTPOST) entrou em contado com os editores do portal, porém não obteve retorno. Abaixo uma entrevista por e-mail com Marcus Lemos.

DE ONDE SURGIU A IDEIA DE CRIAR O "TEM LOCAL?"? A ideia surgiu numa reunião da recém organizada frente Beijo na Praça e durante o debate foi levantada uma possível necessidade de se criar um repositório de locais seguros ou não seguros para LGBTs. Foi então que o programador do site, Marcus Lemos, sugeriu que fosse criado um site para tal fim. Após a reunião, Thiago Bassi, gestor do projeto, se reuniu com Antonio Kvalo designer, e juntos decidiram criar um site para facilitar o acesso e a visibilização dos relatos, pois hoje em dia, a maioria das pessoas relata suas denuncias em redes sociais como o Facebook, que depois de algumas semanas são esquecidas e em sua maioria não são contabilizadas.

PROCUREI O APLICATIVO NO PLAY STORE E APPLESTORE E NÃO O ENCONTREI, A PÁGINA SÓ ESTÁ DISPONÍVEL POR URL? O site funciona como uma web app apenas disponibiliza via url, temos planos de ainda esse ano lançarmos um aplicativo nativo para as principais plataformas. O site foi pensado para funcionar em qualquer plataforma: PC, Tablet e Celulares.

QUANTAS PESSOAS JÁ CADASTRARAM CASOS DE HOMOFOBIA NO "TEM LOCAL?"? Temos um total de 147 relatos cadastrados no site desde que começamos o projeto, dá pra compreender por que o nosso site é importante né? E não temos apenas relatos de homofobia, também recebemos relatos, por exemplo, de Transfobia, Bifobia, Machismo e Lesbofobia.

VOCÊ COMENTOU QUE ESTAVA INDO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA PARA FAZER UMA FALA SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO... Nós já participamos de alguns eventos, como o Desfazendo o Gênero ano passado em Salvador, Bahia. Mas infelizmente por limitações geográficas e financeiras participamos mais de eventos no Rio de Janeiro como o Passeio é Público, a Marcha dos 45 anos de Stonewall e outras.